O Casamento

por Graziele Conceição

Capítulo 08

Morando agora com sua mãe, tinha como vizinhos uma ótima família, religiosa e de princípios. Nesta casa vivia uma jovem costureira, filha primogênita de Isidoro José de Almeida e Maria Simas de Almeida. Seu nome era Ladi Ires de Almeida. Ela ficava espiando através de uma fresta na janela, esperando ver quando Bento passava, e sonhava com o dia em que ele a notaria.
Bento era apaixonado por uma prima, e sua mãe, totalmente contra, dizia: “Tu podes te casar com qualquer outra mulher, até com uma pretinha, mas, se te casares com aquela prima, não te darei a minha bênção”. Apesar de lhe custar muito, desta vez não hesitou em obedecer. O caso com o exército havia servido de lição para toda a vida.
Bento já havia recebido várias propostas de casamento, mas nenhuma lhe foi do agrado. Uma mulher, certa vez, disse que lhe daria tudo quando se casasse com sua filha. Ele terminou o namoro e nunca mais quis saber da moça. Não suportava a ideia de ser “comprado”. De outra parte, Ladi não ficava para trás. Com seus belos olhos verdes encantava a todos que a conheciam, e também tinha muitos pretendentes, mas nunca deu importância a nenhum deles, pois seu coração já havia sido dado ao jovem músico radialista. Os dias foram passando e os dois se conhecendo melhor. O que mais atraía Bento na jovem Ladi era o fato de ela estar nas mesmas condições financeiras que ele. E no dia vinte e cinco de junho de mil novecentos e sessenta, na Igreja Matriz de Itajaí, Igreja do Ss. Sacramento, às 18h00, hora da Ave-Maria, os sinos badalam em comemoração às bodas do novo casal que iniciava ali, sob as bênçãos de Deus, uma numerosa família. Bento tinha vinte e cinco anos, e Ladi, dezoito.

                 

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