Carreira

Capítulo 06

Durante o tempo em que começou a trabalhar como radialista, iniciou também a sua carreira como cantor. Fez dupla com um de seus irmãos, depois, com um primo, e também cantava solo. Tocava violão e acordeão. Foi chamado de: Bentinho do acordeão. Usou depois o pseudônimo: Aristo. As duplas se chamavam: Aristo e Aristeu (com o irmão), Aristo e Aristiliano (com o primo). Fazia muitos shows e chegou a gravar três LPs em São Paulo. Eram chamados por todo o estado. Faziam muito sucesso. Nas gravadoras, porém, aconselharam-no a dizer que era gaúcho, pois assim seria mais conhecido, já que, de Santa Catarina, nunca havia surgido cantor algum. Mas ele se recusou a mentir e renegar sua própria origem, mesmo que fosse para ser, por causa disso, um cantor pouco famoso por todo o país.

Muitas vezes sofria com o assédio exagerado dos fãs. Um jovem, certa vez lhe disse: “Queria ser como tu. Tocas bem; cantas bem. Tu és muito bom!” Ele, porém, respondeu: “Eu não sou bom. Só Deus é Bom”.

Uma mulher chegou a oferecer-lhe muito dinheiro para que ele a roubasse de seu marido e fugissem juntos. Ele recusou e lhe respondeu duramente pelo convite escandaloso.

Outra vez, estava sentado em uma escadaria, tocando a canção: Abismo de rosas. Uma fã, freneticamente enlouquecida de “amor”, atirou-se contra ele com um punhal nas mãos. Na intenção de mata-lo, lutou com força sobre-humana, e conseguiu, por fim, enfiar-lhe a faca em uma das pernas. Foi presa no mesmo local do crime.

Inumeráveis foram os casos durante esse período de sua vida. Ficaria extensivo demais contar todos, mas, talvez, o mais triste de todos foi o caso do falecimento de uma de suas irmãs. Enquanto ela estava no IML, foi obrigado, por conta de um contrato, a tocar em um baile. Disse à sua plateia: “Vocês estão sorrindo, felizes com minhas músicas. Mas eu estou chorando por dentro, de luto por minha irmã”. Dedicou a ela uma canção: “Triste separação”, que ficou gravada em um de seus LPs, e agora podemos ouvi-la no CD Rei dos reis, faixa 11.